quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Uma entrada no diário

Sinceramente, e desculpem-me esta impertinente sinceridade, hoje acordei mal. A boca sensaborona revelou-se seca, e os meus olhos reviraram-se mal se fizeram ouvir os primeiros rudes sons matinais. Escusado será dizer que acordei graças aos movimentos muitos suaves e serenos da minha irmã enquanto passeia, feliz, num domingo de manhã, pelo primeiro andar daquela a que chamamos nossa casa. Talvez o facto de ser domingo compusesse, um pouco, o acordar desenxabido e involuntário. Pus um pé no chão, de seguida, o outro e lá dei os primeiros passos coxos de dorida pelo sono. Posso, agora, afirmar que já me habituei à rotina para a qual acordei, pois detesto que me arranquem daquele mundo do sonho que corre como quisermos, mas que tem, infelizmente, duração limitada.
Mas não nos deixemos abater por causa disso. O dia mal começou e os livros, os cadernos pautados lisos esperam-me, para que sejam alimentados com os meus rabiscos errados de estudo.

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