Sinceramente,
e desculpem-me esta impertinente sinceridade, hoje acordei mal. A boca
sensaborona revelou-se seca, e os meus olhos reviraram-se mal se fizeram ouvir
os primeiros rudes sons matinais. Escusado será dizer que acordei graças aos
movimentos muitos suaves e serenos da minha irmã enquanto passeia, feliz, num
domingo de manhã, pelo primeiro andar daquela a que chamamos nossa casa. Talvez
o facto de ser domingo compusesse, um pouco, o acordar desenxabido e
involuntário. Pus um pé no chão, de seguida, o outro e lá dei os primeiros
passos coxos de dorida pelo sono. Posso, agora, afirmar que já me habituei à
rotina para a qual acordei, pois detesto que me arranquem daquele mundo do
sonho que corre como quisermos, mas que tem, infelizmente, duração limitada.
Mas
não nos deixemos abater por causa disso. O dia mal começou e os livros, os
cadernos pautados lisos esperam-me, para que sejam alimentados com os meus
rabiscos errados de estudo.