Penso
por vezes que o vou perder. Não o quero deixar fugir por entre os dedos, mas se
o fizer, correrei, veloz. É que a felicidade é indecifrável…Será que não posso
decifrar metade dela com ele? Quero-o. Acho que até que nunca quis nada como
esta pretensão que sinto em querê-lo… E se o perfume dele não perdurar no tempo
que nos separa, se eu perder a imagem do seu corpo na mente…Perco-me também.
Não podemos ser os dois perdidos, pelo menos, tenho perdê-lo próximo de mim. Só
me questiono múltiplas vezes porquê. É certo que o tenho, que ele me tem, que o
desejo, pois apesar desta ambição caprichosa de o ter só para mim, há a
distância…Aí não somos caprichosos, não! Porquê, mais uma vez, tê-lo só para
mim? A resposta é tão fácil e tão dura de pronunciar…A vergonha atinge-me,
estrangula-me e não me deixar soltar um amo-te. Ela pode tornar-me afónica,
muda, aliás…! Mas ela, maldita, não me amarra e prende os dedos, nem me esconde
a caneta para escrever a mais bela palavra presente num mundo de ódio aparente.
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