sábado, 11 de abril de 2015

E se não crescer?


Vejo de forma mais assustada o facto de crescer. As responsabilidades surgem imponentemente e marcam o seu território a sangue frio. A sensação de utilidade começa a ter um papel tão preponderante na vida que fico aterrorizada com o facto de ser inútil. Esperei ansiosamente a vinda da vida adulta e agora, que ela se aproxima a grandes passadas, só quero que o tempo abrande e me deixe viver um pouco mais da minha adolescência desprovida de preocupações. Quando somos pequenos almejamos intensamente a independência, a liberdade do nosso corpo e da nossa consciência, o sair cedo e o chegar tarde, a adrenalina da primeira condução, a euforia do primeiro festival e a emoção do amor. Contudo, o tempo, este tiquetaque permanente, nunca pára. Jamais. E quanto mais ouvimos este tiquetaque, mais acreditamos nas máquinas do tempo para podermos voltar atrás e voltar a viver os momentos que, no final de contas, são os mais próprios que alguma vez se vive. Tudo isto parece um pouco egoísta – e é -, mas que piada teria a juventude se não fôssemos os adolescentes casmurros incompreendidos que anseiam a liberdade e depois só a querem retardar?

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